domingo, 2 de dezembro de 2007

Há coisas fantásticas, não há?

Recebi hoje de manhã um email de uma amiga. Esse email, que reproduzo na integra, dá para pensar...

Há uns meses optei por ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete, dei comigo num comboio que só se diferenciava dos nossos Alfa por ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos passageiros.
A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas. Não fora ser crítico do projecto TGV e conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos. Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza. A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu Ensino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade. Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, porque não constroem aeroportos em cima de pântanos nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo. É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de cercade 7,5 mil milhões de euros não terá qualquer repercussão na economia do País. Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.
Com 7,5 mil milhões de euros pode construir-se mil escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um).
Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.

E o Tuga paga e não bufa...há coisas fantásticas, não há?

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O Blog regressa...

Carissimos:

Este blog regressa após 2 semanas de silêncio forçado.A censura vai-se manter, é certo, mas haverei de arranjar maneira de a fintar.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Encerrado para balanço

Carissimos leitores:

Com muita pena minha, este blog vai passar por uma fase de reestruturação devido ao seu conteúdo. Fui alertado para o facto de algumas histórias poderem vir a ser prejudiciais á minha pessoa enquanto profissional do Arsenal do Alfeite, cujo cliente principal é a Marinha. Infelizmente, a lei impede-me de fazer quaisquer tipo de relatos sobre o que se passa, quer no interior do Arsenal, quer no interior da Base Naval de Lisboa. Por mais nomes que eu queira colocar aos meus personagens, o meu passado menos sisudo e mais do "contra" pesa, e de que maneira, no caso de alguém mal intencionado use este blog contra mim.

Até breve

PS: Este blog vai continuar, mas sem as histórias que actualmente contém. Agradeço que quem quiser tirar alguma, que as retire até sábado de manhã.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

VACANCES!!!

Para a minha mui curta audiência aviso já: vou entrar de

férias
vacances
holidays
urlaub



Regresso dia 5. Até lá agradeço que poupem nos emails para a minha pessoa.

Re-baptismo

Portão da fábrica, 13 horas. Um grupo de algumas dezenas de pessoas prepara-se para entrar dentro do autocarro que os levará em 5 minutos ao navio, conhecido pelo lindo nome de "Elefante Branco" devido ás suas proporções generosas e ao facto de ser apenas reabastecedor, o tornar completamente inútil mesmo em cenários amistosos.
No autocarro, um ambiente rotineiro que é costume nas longas reparações, são sempre os mesmos a ir e a vir, quase nada há para falar a não ser do Benfica e os 9 milhões do Cardozo e o milagre de Fátima no Restelo e assim...até o Ramusgas começar a cantar.
Nada de anormal... se o Ramusgas costumasse cantar. Foram provavelmente os 5 minutos mais longos do velho Cascais, rebaptizado devido a um infeliz acontecimento...
E a musica do Ramusgas, que contagiou todo o autocarro, apenas tinha como letra e refrão o novo baptismo do velho Cascais e a sonoridade do refrão da velhinha Guantanamera dos Sandpipers, com palmas como que marcando a cadência:

CAGA NA GOLA!
TU ÉS O CAGA NA GOLA!
CAGA NA GOOOOLAAAA!
TU ÉS O CAGA NA GOOOLAAA!

Obviamente ninguém resiste á facilidade da letra e começa também a cantar e a variar a sonoridade da canção, nunca fugindo ao novo nome.
Lágrimas rolavam dos olhos dos mais novos misturadas com as gargalhadas que dificilmente se contêm com o desenrolar da situação.
Segundos mais tarde mais uma variante...

OOOOOOOOOOOH!
CAGA NA GOLA OLÉÉÉÉ!
CAGA NA GOLA OLÉ!
CAGA NA GOLA OLÉ!
CAGA NA GOLA OLÉÉÉÉ!

Típica de um jogo de futebol, esta entoação depressa sucumbe á original.

Elefante Branco, 13:05. A sair do autocarro, são risos descontrolados entre uma e outra variante da musica, que ainda mexe. O mesmo grupo de pessoas, camaradas na mesma luta, encontra assim algo com que fugir á rotina. O velho Cascais não achou muita piada...mas os homens são assim. Cruéis...apesar de eu achar um piadão e ainda estar a limpar os olhos...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Monty Phyton

Bem...Este é para mim um dos melhores dos Monty Phyton. Era novito quando vi isto e confesso que delirei. E pensei que nunca mais os veria...até hoje. Obrigado Xico Sória!

Deixo isto ao vosso critério...

domingo, 14 de outubro de 2007

Fishing Day

4ª feira, dia de concurso de pesca. Todos estavam presentes...todos?Não! Havia um pequeno grupo de 2 ou 3 que não tinham ido porque não tinham cana...de resto estavam lá todos. Todos os que, juntamente com o Rato Van Daime (e a partir de hoje só Van Daime), trabalham naquele pequeno grande serviço. Ao todo eram 10, espalhados pelo pontão, bem no coração da aldeia. E ainda com a prestimosa participação do Shrek, vindo do reino de BuédaLonge e que nada tinha a haver com eles. Entre as 18 e as 23, era vê-los a lançar e a esperar pelo melhor momento.
Van Daime e Sucatas, estreantes nestas lides da pesca, viam quem apanhava MENOS peixe, com Van Daime a atingir o desespero pois quando ele apanhou o primeiro, já o 100 Meias tinha uns bons 10 ou 11 peixes no bornal. O objectivo não era quantidade, mas sim o maior peixe, o "melhor exemplar". Havia um outro prémio envolvendo um determinado peixe mas, por razões obvias, não vou dizer qual era...
Espalhados pelo pontão, era ouvi-los gritar sempre que apanhavam um peixe que se considerasse grande...Até que Van Daime grita. E por momentos, manteve-se o suspense no ar. Foi vencedor durante 30 segundos, até que o Já Pagaste grita "já foste!"...belo exemplar sem sombra de dúvida. Mas quase no fim da noite, o Zurpa aparece com um peixe enorme...bem, enorme, enorme não era, era grandito...vá, médio-grande...pronto, era maior que o do Já Pagaste, com uma barriga um bocado suspeita. Mas regras são regras e o Zurpa lá limpou o prémio: uma garrafa de whisky.

Ah e tal, eu acho que o peixe não devia ser aceite! - reclama Van Daime, apesar de não ganhar nada com a decisão.
Então porquê?- perguntam.
É um peixe pranho! É mais do que um, portanto...

E por aqui ficou, tendo ficado no ar a hipótese de se organizar outra pescaria.

Varias curiosidades:
  • o 100 Meias levou perto de 10 Kg de peixe no balde;
  • o M só apareceu depois das 19:30 e mesmo assim ultrapassou o Van Daime na quantidade de peixe;
  • O Noddy e o Farfalha disputaram o prémio Pirralho para o peixe mais pequeno, tendo sido este ganho pelo Shrek (mas como ele não contava...ficou com o Farfalha)
  • O Batatina ficou até depois das 00:00 - ganda maluco!
  • O Van Daime tremia de cada vez que ia tirar o peixe do anzol...medo irracional?
  • O Zurpa pescou longe de toda a gente e com o primo ao lado. Ninguém o ouviu gritar nem o viu pescar o que viria a ser o melhor exemplar...
  • Um empate entre estreantes, Sucatas e Van Daime, em quantidades pescadas - 10

domingo, 7 de outubro de 2007

O meu latas está OUT!

Á quase meia dúzia de leitores deste blog...o meu latinhas (PC) está out!
Vou andar sumido durante uns tempos...Assim sendo até ao meu regresso!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Parabéns a mim!

É verdade...yours truly faz 31 anitos hoje, 25 do 9. Em minha singela homenagem vou colocar aqui, provavelmente, uma das melhores mensagens que recebi .

cumpleaños feliz
CuMpLeAñOs FeLiZ
te deseaAMOOSSS tOODOOOSSSS....
CuMpLeAñOs FeLiZ!!!!!!!!!!

Obrigado Xico Sória!

sábado, 1 de setembro de 2007

Rodizio japonês (ou parecido...)

Hoje fui até ao Outlet Fantasma em Alcochete. De facto, o nome de fantasma é bem aplicado a uma zona com menos movimento que o cemitério de Vale Flores em dia de semana. Parece um cenário de faroeste onde apenas faltam os pistoleiros e o belo do arbusto seco a rebolar na cena, pelas estradas poeirentas...
Continuando. Apesar das promoções irem até, salvo erro, aos 80% em alguns casos, há pouco movimento, algo incomum em zonas com descontos maiores do que os cortes do Orçamento de Estado. Depois de ver o Euromilhões (8 euros de prémio fazem com que só tenha 2 de prejuizo,verdade?) e comprar entre outras coisas, o jornal da bola, fomos almoçar... e vi algo inédito para os meus olhos: um restaurante japonês (que para mim pouco ou nada tem de japonês, parecendo um chinês disfarçado). Com um sistema pouco usual: um tapete rolante á altura dos olhos de quem come vai passeando pequenos bocados de comida variada, desde minicrepes a raviolis japoneses(???) passando pela carne, peixe e muito arroz. Também rolam algumas(muito poucas) sobremesas, desde o tradicionalissimo pudim japonês (???) até á banana fa-si. Também oferecem a possibilidade de uma grelhada de carne (vaca,porco, frango ou mista). Não reparei se haveria de peixe também, mas...
O preço? Uma agradável surpresa para comilões...8 €/pessoa (salvo erro) para comer tudo o que conseguir enquanto está lá dentro (bebidas não incluidas).
Japonês sim...mas só de nome.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Conseguimos,pá! E agora...?

Conseguimos! Eliminámos os azarados dinamarqueses e entrámos na Liga dos Campeões,pá! Tudo bem, duas bolas ao poste do Quim e um penalty (ou não) esquisito feito pelo puto com futuro, o Miguel Vitor, sobre o velho Alback, 35 anos de idade e muita ratice no pedaço.[Ndr: para mim não é penalty mas...].
Felizmente os gajos não marcaram. Tenho de admitir que pelo menos o SL e B já mostra alguma atitude. Sofreu como já não sofria há muito tempo, com o Petit a fazer de 3º central e o Cardozo de libero (!) na fase de maior aflição. Cardozo, uma exibição fantástica e chegou ao fim com um central maior que ele (195 cms de dinamarquês) a fazer de sombra e com a cabeça (e o fisico...) completamente feita em água! Petit, um autêntico geant em campo.
Agora o Di Maria...tem de mostrar mais. Pode até ter um certo jeito a tratar a redondinha e tal, mas tem de aprender que na Europa o futebol não é só adornos como na Argentina...aqui tem de aprender a jogar com a equipa. Algumas boas surpresas no 11 do SL e B como o Nuno Gomes (Parece que sabe jogar a bola, fantástico! Será que é para continuar naquela posição de apoio ao ponta de lança?) ou mesmo o próprio Romeu Ribeiro (penso que é para continuar a aposta neste jovem) e o Nélson (será que com o Engenheiro desaprendeu a jogar e com o Camachito já se rasga todo ou será a ameaça anedótica chamada Luis Filipe?)
Bem...já vi o grupo que tocou em sorte ao meu SL e B...e é deveras simpático! AC Milan, Celtic e Shaktior Donetsk, Campeão Europeu, eternos chatos e escola de samba ucraniana respectivamente. Não significa que seja fácil, antes pelo contrário...vamos ver como las ganas do SL e B se dão com o cinismo do cattenaccio italiano, com o kick and rush escocês e com os brasileiros de Leste ucranianos.
E para fechar: a sorte dos tripeiros neste sorteio apenas tem comparação com a sorte que o SL e B teve na visita ao reino de Hamlet...

Féfé

Tem piada este rapaz. Doente como poucos, sofre a bom sofrer.Mas mantém-se no seu posto de trabalho todos os dias. A doença mina-o mas ele não se deixa abalar. Tem dias que a malta chega-se ao pé dele e ainda manda para o ar "Ah e tal, hoje vens com má cara...mal disposto?" ao que ele responde sensatamente "Por acaso tou um bocadito...mas isto passa" enquanto a doença o corroi por dentro. A doença dele? O SL e B!

Hoje todo ele irradiava felicidade (ele e eu!). A todos distribuia sorriso e chalaças sobre a concorrência (leia-se lagartaje e tripeiros) e hipotéticos grupos para o nosso SL e B, sempre apoiado noutro fiel amigo: "A Bola", jornal de sempre, desde os tempos em que tinha o tamanho do "Expresso". Estou de acordo com ele numa coisa: esta época os benfiquistas vão sofrer muito.Mesmo muito. E ele mais que eu, pois a doença corroi...

domingo, 26 de agosto de 2007

Benfica...assim vais lá!

Já estava a demorar...mas tem mesmo de ser! Estes gajos do SL e B andam um bocado á nora!Despedem o Engenheiro (manda saudades pois por cá não deixaste nenhumas e já foste tarde!) e mandam vir o Camacho "Rexona" (ainda alguém se lembra daquela figura dele em camisa e largas manchas de suor debaixo dos braços???).
O Camachito até que pode ser um gajo com ganas mas o meu SL e B continua a falhar em grande (como grande que é, até a dar barraca é em grande). Continuamos a não apostar na formação e a ir buscar jogadores aos saldos (OK, o Cardozo até que foi carote...). Olhem para o outro lado da 2ª circular...se não gostam, olhem para o Ajax, ou Manchester, ou mesmo o Barça que, apesar de se reforçar em grande, vai colocando um ou outro puto da cantera. O Messi estava na formação do Barça...
Mas enfim, continuo a dizer que além de não se apostar na formação, cai-se na demagogia. Esta contratação do Camachito foi só para tapar os olhos aos sócios...Continuo a dizer que o Glorioso precisa de uma pessoa á frente do Dep. de Futebol, que faça a ligação entre o treinador e o presidente, e que blinde o balneário (defenda a equipa quer das influências de fora quer das de dentro).
E por mim, quem deveria treinar o Glorioso seria o Carlos Brito, que actualmente está no Leixões. E essa não me tiram da ideia.

Livros de Férias

Enfim, o que é bom acaba depressa e já estão no fim as minhas férias de Verão do Ano da Graça de Nosso Senhor de 2007. Tive tempo ainda para ler dois(!) livros (já não lia um livro há tanto tempo que receava ter desaprendido a ler...): "Máscaras de Salazar", de Fernando Dacosta e " Imperador-As Portas de Roma", de Conn Iggulden (coitadinho, a madrinha não gostava mesmo da mãe da criatura á hora do baptismo...para lhe dar um nome destes,livra!)
São dois livros distintissimos; o primeiro dá-nos uma visão diferente do Regime que vigorou entre 1928 e 1974, em geral sobre o perido salazarista (1932-1968) e o segundo faz parte de uma tetralogia (não é tretologia...são 4 livros mesmo) sobre Júlio César, parte histórica, parte ficção.
Confesso: Li o primeiro de inicio a contragosto. Foi uma prenda...mas aquilo que para mim seria algo de ridiculo, tornou-se interessante. Já conhecia a história do Regime, pelos olhos da esquerda, e esta perspectiva de Salazar deixou-me um pouco pensativo. Pelo que nos relata Dacosta, Salazar não mandou matar Humberto Delgado e "autorizou" por assim dizer a fuga de Cunhal do Forte de Peniche. Quer dizer, no primeiro caso, a PIDE eliminou Delgado por vontade própria e no segundo a fuga foi facilitada pelo Regime para não ter um mártir em Portugal. Ainda segundo Dacosta, Salazar não caiu da cadeira, mas teve um AVC. Enfim, muitas coisas que importaria descobrir, para que a nossa História tenha este periodo bem definido e estudado para que as gerações vindouras possam compreendê-lo.
O segundo livro que li ("Imperador-As Portas de Roma") dá-nos um retrato da Roma pré-imperial, no periodo da República, com o confronto entre dois consules (Mário e Sula) já no fim da obra, e enquadra a vida de Caio Júlio César neste periodo, desde o seu nascimento até á fuga das tropas de Sula, que entretanto invadira Roma. Um livro que sugiro a quem goste do género.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Pedras, Tapas e SOL!

Enfim...mais umas curtas férias (3 semanas são poucas em comparação com as 48 com que temos que trabalhar não é?)de Verão , que de Verão pouco teve...nunca o termómetro passou dos 32º e com zonas onde inclusive choveu! Escandaloso! Estes gajos do Governo fazem tudo para reduzir o défice, incluindo baixar temperaturas e fazer chover para convencer a malta a ir vergar a mola...aumentar a produtividade, dizem eles...pois sim tá bem!Contem-me histórias! Malandros! Bandidos! O Sindicato havia de sair á rua com uma greve geral! Tiram-nos tudo estes gatunos!!!Tudo para entalar ainda mais o funcionário público!

Enfim...tirando este assomo do contra e retomando a história, 3 semanitas de férias algures entre o Alentejo profundo e a Extremadura, longe do stress, das filas de trânsito e da chata da velha que mora no R/C Esquerdo que é mais controladeira que os sistemas de videovigilância que há praí nas lojas.
Algures entre Mourão e Amareleja (com visitas diárias á piscina fantástica de Reguengos a 32 km de casa) passei boa parte das férias, apanhando solzinho bom, daquele que faltou em muitas zonas do meu querido Portugal. Depois, uma incursão na Extremadura, onde visitei pedras, perdão, ruinas de um teatro e um anfiteatro em Mérida (capital da Iberia no tempo de Roma) e fiquei em Cáceres, conhecida pela seu centro histórico (mais pedras, portanto). Aconselho vivamente a quem for a Espanha, que visite ambas as cidades. Perde-se á vontade umas 3 ou 4 horas para visitar tudo, tanto em Cáceres como em Mérida. Contudo estes Castelhanos são doidos...os horários das coisas? Tremendo! Exemplo á porta da uma qualquer loja ou museu:

10:00-14:00
17:00-20:00


Alguma vez conseguiremos fazer disto por cá? E eles trabalham! Não consigo entender como é que produzem mais que nós! Pelo que soube é assim em TODO o lado! O curioso é que aqueles gajos juntam-se aos magotes (não se vê uma pessoa ou um casal sozinho ou sem filhos por perto) e falam,falam,falam...e comem tapas e bebem que nunca mais acaba! E até as tantas! Tipo, eu e a minha piquena a queremos dormir lá no (fantástico) parque de campismo e a pequenada na rua a fazer barulho á meia noite, uma, vá, duas da matina!
Adiante! (Avante também serve mas teria meia duzia de fachos a lixar-me o juizo!). Depois desta incursão em terras de El-Rei Juan Carlos II, regressámos via Marvão e Castelo de Vide, visitando também Portalegre (não escapando as pedras, minto, os castelos respectivos). Passando por Borba e Vila Viçosa admirámos os enormes montes de mármora que por lá se empilham (parecendo obra e graça de gajos da Al-Qaeda) e ainda o Paço Ducal (dos Duques de Bragança) de Vila Viçosa. E vocês perguntam: por que carga de água os gajos, sendo de Bragança, teriam um paço em Vila Viçosa e não seriam apelidados de Duques de Vila Viçosa? Eu também não sei portanto escusam de perguntar-me.
Resumindo: estas fériam foram Pedras, Tapas e SOL BOM! (Apesar de no 1º dia de férias ter ido até Troia e apanhado um escaldão...)

Ratatouille (rat-a-too-ee)


Ratatouille: receita do século XVIII, . Um prato rústico, típico da Provence (França) em que se notam influências espanholas e italianas. O nome significa «picar, triturar», mas podemos traduzir também como «ragôut de legumes» ou «prato de beringelas», podendo ser servida quente ou fria, sozinha ou como acompanhamento.
No original francês, "ratatouille" é um substantivo feminino, também chamado de "ragoût grosseiro". Sopa de carne ou peixe picados com legumes cozidos longamente em azeite de oliva. [in Wikipedia]


Hoje fui ver a versão Original deste filme de animação. Em "Ratatouille" acompanhamos a história de Remy, um rato com um grande olfacto que lhe dá uma grande vantagem na cozinha, e Linguini, um zé ninguém desajeitado que é o oposto do seu amigo peludo no que a cozinhados diz respeito mas para quem o destino planeou grandes coisas. Quando os dois se conhecem a magia acontece. A Pixar resolveu não fazer falar o ratito Remy (ou melhor, falar fala, mas os humanos não o percebem) o que transformou a sua relação com o trapalhão Linguini em algo muito especial, que originou momentos hilariantes. Em relação às vozes...os actores são de um modo geral desconhecidos do grande público (tirando Peter O'Toole, mas esse é um grande senhor, e com os grandes senhores sabemos com o que podemos contar) e tal facto não poderia funcionar melhor para o filme, transmitindo-lhe uma honestidade e valor pouco habituais (algo que na versão Portuguesa deverá ser dificil de conseguir). Em suma: Gostei bastante. Um pequeno reparo para o meu grande amigo Nuno Revés: Nuno, se estás a ler isto, aconselho-te vivamente a ver o filme...serve-te para uma shock therapy!

domingo, 29 de julho de 2007

Óscar

O rapaz andava a tirar um curso em Lisboa...um curso de Desenho em Autocad, coisa fina e rara, nunca vista naquelas bandas de onde ele vinha.O formador,arquitecto e um pouco amaneirado, até que ensinava bem. Uma pequena classe de 5 pessoas apreendia bem tudo o que o Sr. Formador lhes ensinava. Este tratava-os todos por tu e por vezes até pelo nome próprio, visto que eles eram tão poucos.
Num belo fim de tarde, o bom do formador a tentar dar um exemplo sobre escalas de desenho...

-" Ah e tal, para os que trabalham em Mecânica, como o Vitor e o Óscar, terão de adaptar..."
-"Óscar???"-pensou o rapaz.-"Mas quem é o Óscar????Vai já haver granel!!"-e se bem o pensou melhor o fez.
-"Você esteja a vontade, desde que não me chame de pai..." - retorquiu o rapaz, com voz firme, para se fazer ouvir.
-"Mas tu não és Óscar?"
-"Não...pelo menos não vem assim no meu BI! Se ao menos o meu nome fosse parecido, ainda desculpava..." - retorquiu, com ar de chocado, o rapaz.
Uma gargalhada geral toma conta da sala...e o bom do Vitor chorava de tanto rir com a confusão armada pelo seu camarada, colega de trabalho...
-"Epá, se ele te chamou de Óscar...é porque tens cara disso. Por acaso já me tinha apercebido..."
-"JÁ???E NÃO DIZIAS NADA???"
-"Agora a sério, sempre pensei que tivesses Óscar como segundo nome..."-dizia o bom do Vitor, já cheio de dores de tanto rir.
-"Livra!!!Já me chamaram tanta coisa mas Óscar é a primeira vez que me chamam!!"

Foi o tema do fim de semana seguinte, com o rapaz em estado de choque e a prometer a pés juntos que na proxima aula iria levar um enorme letreiro com o seu nome...just in case.

terça-feira, 10 de julho de 2007

O Amor Acontece - Love Actually


Dos criadores de Notting Hill e O Diário de Bridget Jones chega-nos a sua mais recente comédia romântica com um elenco famoso e uma fantástica banda sonora.
A poucas semanas do Natal, O Amor Acontece desvenda os altos e baixos de várias relações: Namorados & Namoradas, Maridos & Mulheres, Pais & Filhos, Estrelas Rock & Agentes todos se juntam para fazer de O Amor Acontece não uma mas dez histórias de amor muito diferentes. Há um casal que se casa. Há um padrinho de casamento que se apaixona. Há um viúvo que tenta ajudar o enteado a expressar os seus sentimentos por uma rapariga. Uma mãe devota que procura o amor que já não existe. Há amores secretos e outros nem tanto. Em plena quadra natalícia, oito casais têm de lidar com o amor
.
Porque se estiver bem atento, vai descobrir que O Amor Acontece...em todo o lado.


Comprei um DVD. Fantástico, não o copiei de ninguém nem o tirei da Net. Apesar de não ser um hábito, fui á FNAC e vi este filme que considero o "nosso" filme (meu e da Cátia).
Desde o novo Primeiro Ministro solteirão que, ao entrar pela primeira vez em Downing Street, de imediato se apaixona por Natalie, um elemento do seu staff cuja espontaneidade é autêntica... Até ao escritor que foge para o sul de França para tratar o seu coração partido e se apercebe que o amor tem uma linguagem universal ao conhecer Aurélia, a sua empregada tuga...
É de ir ás lágrimas a cena em que ambos se lançam á água em busca das folhas do novo livro, levadas pelo vento para o rio próximo...Lucia Moniz com o brilhante foda-se está fria! seguido da sua "tradução" inglesa assim que Colin Firth vai ter com ela...Ou ainda quando Hugh Grant é apanhado com Martine McCutcheon na Peça de Natal em pleno palco...
Um must see em boa companhia.

domingo, 8 de julho de 2007

As novas 7 Maravilhas do Mundo

Ontem, como cerca de alguns milhões de Portugueses, estive a ver aquela maravilha do audiovisual que foi o espectáculo das 7 Maravilhas do Mundo, transmitido em directo para todo o Globo, de uma maravilha de Portugal que foi injustamente esquecida (o magnifico Estádio da Luz, mas cinzentão para quem não aprecia sobriedade, como aqueles rapazolas do outro lado da 2ª circular, que têm um estádio forrado a azulejo de Sacavém, comprado por tuta e meia a umas quantas firmas que faliram, e ainda por cima não se vislumbra vermelho em parte alguma daquele desterro a céu aberto que é o Alvalade XXI).
Bem se pode dizer que foi uma organização á Tuga...tirando todo o deslumbre das composições com que fomos brindados a nível de espectáculos de luz e som, houve algumas coisas que escaparam, como o facto do aparelho do Rui Veloso ter "pifado" a meio com ele a fazer sinais de aflição perfeitamente compreensível, para acabar a sua actuação de mão atrás na cintura, com um novo tique fantástico...amaneirado, mas fantástico. Ou ainda quem conseguiu ver a cor dos olhos de Ben Kingsley? NINGUÉM! Ele estava claramente a olhar para um teleponto com umas letrinhas muito miudinhas para ele e isso foi por demais evidente no esforço titânico que ele fez para tentar ler o que lá estava."Para a próxima peço á patroa para me colocar os óculos á Gandhi na mala de viagem!", terá pensado o pobre Ben...E o facto de convidarem uma estrela de Bollywood (a Hollywood indiana)? A piquena de facto era engraçada, mas estava ali tão bem como o pinguim num deserto, se querem saber a minha opinião. Mal por mal, tinham-na substituido pela Marisa Cruz, que sempre tem mais a haver com o facto deste espectáculo ser apresentado em Portugal. E a carinha de frete do nosso primeiro-ministro-licenciado-ou-não-em-engenharia-civil? Ou ainda o momento protagonizado pelo nosso menino de ouro da redondinha, Cristiano Ronaldo, em que tentou manter o suspense sobre a Maravilha mas o que deu a entender é que não sabia como ler Chichén Itzá? E alguém viu a Hilary Swank? Ou o Joaquín Cortés? E o rabo DESCOMUNALMENTE GRANDE (dava para colocar um serviço de loiça COMPLETO!) da Chaka Khan? Terá sido por isso que a convidaram? Mas isto são apenas divagações e outros quejandos...
Para mim a noite teve dois protagonistas: um pela positiva e outro pela negativa. O primeiro é, sem sombra de dúvida, o alcaide de Machu Picchu, essa personagem fantástica que, trajando a rigor (com um traje local e não alinhado com o horror de fatos e gravatas convencionais que normalmente inundam estes eventos) foi a estrela da noite quando anunciaram que o monumento da sua terra tinha sido eleito. Parecia que tinha ganho o Euromilhões! (por isso é que eu queria a Marisa Cruz ali, sempre tinha mais a haver!). Uma pessoa que transbordava simplicidade, algo que falta a muita gentinha no nosso Portugalzinho.
O protagonista pela negativa foi o Coliseu de Roma...MARAVILHA DO MUNDO???Para mim o escândalo da noite.Qual Hagia Sofia, qual Kremlin (só para falar em dois monumentos fantasticos na Europa), qual Ópera de Sidney...Era aquele mamarracho a que chamavam de MARAVILHA? Se lá pusessem o nosso Cromeleque dos Almendres fazia melhor figura! Fiquei muito desgostoso, claramente...quem me vier dizer que o Coliseu de Roma é uma das Novas 7 Maravilhas do Mundo, é corrido a sete-pés!!

domingo, 24 de junho de 2007

Baçonaria

Sim, leram bem. Eu escrevi Baçonaria e não Maçonaria. Para os mais desatentos, vou fazer a distinção entre ambas. A Maçonaria é oriunda do Francês maçonnerie e significa arte de pedreiro; sociedade secreta, também chamada franco-maçonaria, composta por elementos ajuramentados, espalhada por todo o mundo, cujo objectivo principal é desenvolver o princípio da fraternidade e da filantropia, e que tem como símbolos os instrumentos do arquitecto e do pedreiro (triângulo e compasso); A Baçonaria não é mais do que uma reunião de pessoas com o apelido Bação.

Foi o que aconteceu este sábado, na Granja, pequena localidade no concelho de Mourão e que fica entre esta e a Amareleja. Uma reunião de pessoas unidas pelo mesmo apelido que, presume-se, tem uma raiz comum. Todos os Bação serão oriundos da mesma raíz no Alentejo, mas que ao que parece, tem uma origem não portuguesa, talvez espanhola (Bazan) ou mesmo francesa (Basson).

Voltando á mega reunião de familiares Bação, foi algo de estranho para mim ver mais de 100 pessoas a quem poderia chamar sem qualquer problema primo... pois também sou Bação (por afinidade). Poderia mesmo dizer que tudo o que a minha vista alcançasse na Casa do Povo eram familiares! Confesso...aquilo não foi uma reunião, foi um almoço-lanche-ajantarado-com-direito-a-baile. Tem esta definição pois começou por volta das 13 e acabou bem para lá da meia noite, juntando-se á festa de S. João. Este almoço-lanche-ajantarado-com-direito-a-baile reuniu pessoas de todo o Pais unidas apenas pelo apelido/parente comum, e ainda primaram pela ausência os Bação do Porto pois a data não era a mais apropriada (Faltar a um S. João no Porto é crime de lesa-patria...mas isto é apenas a minha opinião! Desconheço a verdadeira razão da ausência.)

Vou aproveitar e dar os meus parabéns á Sra. D. Maria Bação (prima Maria, vá...), promotora e organizadora deste mega-evento que animou a pacata aldeia da Granja. Esperemos que para o ano haja mais.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Wrestling

No dia 9,sábado, fui ao Pavilhão Atlântico ver as estrelas do Wrestling que compõem o programa/marca RAW. A luta livre pode ser encenada mas nem tanto. Sou daqueles que não acredita que se encena não sei quantas derrotas consecutivas e se possa eventualmente perder alguns milhares de doláres em direitos de imagem e publicidade... meus amigos, perder nem a feijões me agrada embora tenha algum poder de encaixe (não parece mas tenho...) devido ás muitas derrotas acumuladas nos desportos que pratiquei.


Adiante. Vi algumas das vedetas desse espectáculo actuarem ao vivo e confesso que foi uma experiência diferente. O ringue que se vê na televisão parece maior do que aquele que fomos presenteados no Atlântico, os rapazes que por lá lutam parecem mais pequenos na TV (em alguns casos...).Deixo-vos algumas fotos...




Não foram TODOS os melhores combates nem consegui tirar fotos a todos os lutadores...pois a distância primeiro e o facto de poder assistir ao vivo algo que pensei ser só possivel fora de Portugal depois fizeram com que poucas fotos se aproveitassem.
Foi uma experiência diferente. Aconselhável a fãs (fanáticos ou curiosos). Acima de tudo, é um espectáculo misturado com luta livre e isso é algo que convém nunca esquecer.

domingo, 10 de junho de 2007

Rosário e Pedro

Já os conheço há uns anos:a ela, das pistas de dança, e ele, da mesa que, em todos os campeonatos, se reuniam alguns ilustres e iluminados do nosso clube. Ela e eu partilhávamos as pistas e não raras vezes nos treinos trocávamos alguns mimos (não ganhei o titulo de bulldozer dançante por nada, alguém tinha de justificar o porquê...). Com ele tive longas conversas, tendo a mais célebre envolvido acções da TMN. Mas isso são contas de outro rosário,não desta Rosário. (Olha, fiz um trocadilho! Queres ver que estou a começar a ficar bom nisto?).

Há uns tempos, recebi a noticia: A Rosário e o Pedro iam casar! Dada por eles próprios!

Deus Meu! Sinal do Apocalipse! - pensei eu, armado em parvo, desarmado pela revelação. Não era surpresa nenhuma o facto de casarem, apenas não estava a espera de ser tão cedo, afinal só namoraram um porradão de anos...

No dia 7 deste mês aconteceu o feliz enlace com respectivo copo d'água no Samouco (fazendo juz ao jargão ferroviário só pára no Samouco para meter água).


Aos recém casados os votos de muitas felicidades e uma boa lua-de-mel,que dure pelo menos uns anos valentes.
Ah, e a festa estava muito boa,convém dizer-se.
PS: Obrigado, Ana Margarida, pelos breves instantes em que me fizeste recordar que, de facto, ainda poderia dançar um bocadito...
PS2: Danças Tribais? Não danço!Não gosto e não quero! Recuso-me terminantemente a dançar ritmos tribais...como aliás ficou provado no casamento da Ró e do Pedrito.


domingo, 20 de maio de 2007

Rato Cego

O rapaz tinha acabado de chegar áquele serviço, vindo de uma pequena secção na mesma fábrica.
Eram cerca de 90 homens que partilhavam o mesmo balneário, um mundo, comparado com os 10 (contando com ele) que antes, noutra parte da fábrica, partilhavam outra área parecida...mas mais pequena.
Era, apesar de ser conhecido por todos na fábrica, um novo elemento, visto como "bicho fanómico", uma novidade no balneário.

"Como é que vieste cá parar? Mandaram-te para cá agora?" - perguntaram-lhe os mais antigos."
"Não conseguiam aturar-me mais...nem o meu padrinho!" - respondia-lhes o rapaz. Gargalhadas soltas e sonoras logo pela manhã fazem sempre bem.

O pior estava para vir á hora do banho. O rapaz, que usava óculos, ficava ceguinho sem eles. No balneário antigo, este conhecia os cantos á casa e evitava os obstáculos (que via como sombras sem forma). Agora em casa nova...era o cabo dos trabalhos. Assim que sai do seu canto sem óculos a caminho do chuveiro, não consegue evitar um dos bancos corridos que estavam mais próximos de si e dá-lhe uma violenta pancada. Acerta em mais um ou dois até chegar a terreno aberto...e operário é terrível nestas coisas...

"Então,pá? Não vês o raio do banco?"
"Epá...sem óculos fico ceguinho..." - riposta o rapaz, tentando desviar-se das sombras que lhe causavam dor de cada vez que lhes batia.

Então, do fundo do balneário, algures no meio dos chuveiros e da multidão, ouve-se uma voz, gritando bem alto um nome que marcará o rapaz para sempre enquanto este estiver naquele serviço... "Ó RATO CEGO!!!". Mais uma gargalhada geral e o ar envergonhado como que a aceitar o seu novo "nome de guerra".

Desde então, o rapaz é conhecido pela alcunha de "Rato Cego", devido a nada ver sem óculos...

domingo, 13 de maio de 2007

Algumas divagações...

...e que, devido á preguiça, não escrevi sobre elas no momento.
Vou começar por uma frase que, fora do seu contexto, tem o título de "anedota do ano". Foi proferida durante um plenário no dia 8 de Maio, convocado pelo nosso excelso Administrador, devido á reestruturação do Arsenal do Alfeite.Vou confessar a quem me lê que pela primeira vez na minha vida, em 12 anos de casa, nunca tinha visto tanto chefe de serviço, de área tecnológica e de divisão por m2. Nunca tinha visto tanto quadro intermédio num plenário juntamente com operários (normalmente aos plenários convocados pela Comissão de Trabalhadores apenas respondem os operários; os quadros nem aparecem...).Voltando ao assunto...
Enquanto abordava a falta de mão de obra a nível fabril e o atraso do Arsenal no que concerne a tecnologia e conhecimentos, o Sr. Administrador disse, e cito, "o Arsenal precisa de mais engenheiros!".A gargalhada foi geral. Então o homem queixa-se que precisa de mais gente para trabalhar e logo depois sai-se com uma destas???Os quadros (engenheiros) talvez envergonhados pela reacção sairam do plenário. Nem os Directores evitaram um sorriso envergonhado pela espontaneidade da reacção.No dia seguinte o nosso Administrador classificou de "basismo primário" a reacção dos operários e defendeu a classe que curiosamente também é a dele (pertence á ordem e é Director para qualquer coisa...)
Eu fui dos que me ri a bom rir na altura...mas mais tarde, a frio, compreendi o que o nosso excelso Administrador quis dizer. Precisa de conhecimento desses engenheiros no terreno...e não atrás de uma secretária. Mas precisa de BONS engenheiros. De engenheiros que não tenham problemas em vestir o macaco e ir a bordo ver o problema e não terem medo de apresentar uma solução diferente da que vem nos manuais...pois cada caso é um caso. De meter mãos ao serviço se caso for disso.
E isso claramente o Arsenal não tem. Tem pseudoengenheiros que tem o canudo (com médias que Deus nos livre...ou te-lo-ão adquirido na modalidade Universidade Independente?) para justificar a posição que ocupam. Ao nosso Administrador faltou coragem para afirmar que a mediocricidade grassa nos quadros técnicos se deve também á falta de critério na hora da escolha ...todo o engenheiro para ali serve...mas enfim estou a fugir ao tema.
A conclusão final é esta: O Arsenal do Alfeite vai passar a pertencer á EMPORDEF (Empresas de Defesa do Estado) e passará a S.A., portanto...a privatização vem a caminho. Vamos esperar que o exemplo das OGMA não se repita e que todos estejam conscientes do que isto possa acarretar nas nossas vidas.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Camarada ou Colega?

Hoje tive uma discussão bastante interessante com um outro camarada/colega de serviço acerca de como nos tratamos: se por camarada ou por colega. Há uma grande polémica criada em torno do termo camarada, invariavelmente associado ao militante ou simpatizante do Partido Comunista e dito muitas vezes em termos menos próprios, como se um militante do PC fosse um leproso ou assim. Pode ser uma espécie em extinção mas não vamos ser assim tão ruins a tratar mal, pois não?
Fui ao dicionário e decidi investigar o que significava cada um dos dois termos: camarada e colega, tendo obtido os seguintes resultados:

camarada / s. m. / s. f.; 3ª pess. sing. pres. ind. de camaradar; 2ª pess. sing. imp. de camaradar
(de câmara)
s. m., companheiro de quarto; pessoa com quem outra convive; condiscípulo; colega; cada um dos indivíduos que exercem a mesma profissão; militar que está impedido do serviço de um oficial;
arreeiro; jornaleiro; trabalhador (Brasil)
s. f.,concubina.

colega / s. 2 gén.
pessoa que, em relação a outra, faz parte da mesma comunidade, corporação, profissão, etc. ;
pessoa que exerce as mesmas funções ou foi encarregada da mesma missão.

Até ver há algo que os une: o facto de tanto o camarada como o colega poderem exercer a mesma profissão.
Contudo há algumas variáveis sobre estes dois termos que NÃO constam nos dicionários mas que alguém tratou de acrescentar. Senão vejamos:
  • Diz-se que para os lados do Marão "camarada" serve para designar uma junta de bois;
  • Na tropa diz-se que colegas são as p****;
  • Companheiros? Nunca, pois a mesma tropa diz que esses são p*********!
  • Amigos?Nem pensar! Conhecidos e mesmo assim de muito longe!
Moral da história: É muito ruim ser-se padre numa paróquia destas!

domingo, 22 de abril de 2007

300



O rei Leónidas (Gerard Butler) e seus 300 guerreiros de Esparta lutam até a morte contra o numeroso exército do rei Xerxes (Rodrigo Santoro). O sacrifício e a dedicação destes homens uniu a Grécia no combate contra o inimigo persa.Dirigido por Zack Snyder (Madrugada dos Mortos) e com Gerard Butler, Rodrigo Santoro e Dominic West no elenco.

Ontem á noite vi 300, um filme algo diferente. Um filme baseado numa batalha histórica e decisivo para o desenvolvimento da civilização como nós a conhecemos na Europa: a batalha de Thermophylae, ou em português, Termópilas. Relatos da época chegados até nós dizem-nos que 300 homens resistiram durante 3 dias em Thermopylae contra milhares de persas (os numeros históricos diferem entre uns "miseros" 350.000 e 2.500.000 homens, entre Marinha e Exército). Esta batalha teve o condão de aliar as diversas cidades-estado gregas que até lá estavam desavindas e uniu-as contra um inimigo comum: Xerxes. Juntas travaram o avanço dos persas pela Europa fora e só Deus sabe o que seríamos hoje, se em vez da influência greco-romana, existisse a influência persa na nossa civilização....

Voltando ao filme: Efeitos especiais bons, a história bem espremida até ao fim, com alguns detalhes mais fracos (Leónidas não verte 1 pinga de sangue mesmo atravessado por varias setas...), um Rodrigo Santoro irreconhecível no papel de Xerxes (caracterização no minimo excelente)...e sangue. Muito sangue para os apreciadores de cabeças cortadas, braços fora, corte de pernas e por aí fora. Um filme para apreciadores.

Nota de rodapé: Hoje vi o Wrestlemania 23 na Sic Radical...Adorei! Especialmente quando, na Batalha dos Bilionários (Mr. McMahon vs Donald Trump) com um árbitro convidado (Stone Cold Steve Austin) que garantia que um dos dois iria sair careca (uma das estipulações do combate para o derrotado), McMahon, o criador do Wrestling como o conhecemos, sai completamente careca...O criador sai derrotado e humilhado em sua própria invenção...

terça-feira, 17 de abril de 2007

O Curso do Sócrates - Versão Corrosiva

Bem...Hoje deixo uma pérola para apreciadores: "Como Sócrates Completou O Curso" e é da autoria dos inevitáveis Gato Fedorento.



Corrosivos q.b., admiro-me como ainda estão na televisão pública e a falar desta maneira...vamos a ver por mais quanto tempo andarão eles por aí.

domingo, 15 de abril de 2007

The Departed: Entre Inimigos


Em Boston, a polícia federal encontra-se em guerra aberta contra o crime organizado. O jovem polícia Billy Costigan (DiCaprio) foi destacado para se infiltrar na máfia controlada por Frank Costello (Nicholson). Enquanto isso, Colin Sullivan (Damon), outro jovem agente, trabalha para a Unidade Especial de Investigação na tentativa de deter Costello. Aquilo que os seus superiores desconhecem é que Sullivan é também um infiltrado, enviado por Costello. Quando se torna claro que existem duas toupeiras em acção, começa uma corrida contra o tempo...

Este serão foi passado a ver "Entre Inimigos". Jack Nicholson não sabe actuar mal e os restantes acompanham-no...Este filme NÃO É RECOMENDADO para quem gosta de finais felizes e cheios de florzinhas e amor no ar. Li na crítica que Scorcese retirou as cenas mais violentas do filme. Nem quero imaginar como seria o filme se as tem mantido...Contudo yours truly recomenda este filme avisando os mais susceptiveis por causa de algumas cenas mais sangrentas.
P.S. fora de contexto: Descobri este site quase por acidente http://www.a28.org/ Consultem-no e vejam que no pais mais civilizado do mundo, no superpolicia mundial, entre outros nomes bonitos que não me ocorrem agora também há problemas...

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Chefe,eu? Não, obrigado!

Parece mentira mas não. É um facto consumado. Não quero ser chefe. Nem pensar nisso é bom.
Mal mando em casa, quanto mais em meia dúzia de maduros metidos ao pingarelho...
Podem pensar que estou na tanga, a dar baile...mas não. Não quero mandar. Não me vejo á frente do que quer que seja e onde quer que seja. Tenho a perfeita noção de que seria um perfeito desastre como chefe. Ainda por cima tendo um background, como se diz agora, bastante sombrio, e trabalhando num estabelecimento estatal onde um conhecimento ou posição diferentes das oficiais (do chefe) são confundidas facilmente com insoburdinação, onde uma pergunta mais complexa sobre o trabalho feito é visto como uma tentativa de usurpação de conhecimento para poder passar por cima de outros colegas, um desinteressado "Posso ajudar?" é interpretado como "Mas porque é que este gajo vem pra aqui meter o bedelho?", um tema de conversa que não fosse futebol, mulheres, carros ou pesca faz meio mundo olhar para ti como se fosses um bicho raro, uma resposta fácil a uma pergunta considerada dificil pelas mentes pensantes lá do sítio é visto como uma demonstração barata e inútil de conhecimento (ou simplesmente, para brilhar).
Não conseguiria estar num sitio como chefe tendo individuos que tudo fariam só para ficarem bem vistos perante mim em prejuizo dos outros, fazendo-me todas as vontades quer a nível laboral, quer extralaboral (exemplo: se eu gostasse de pescar teria de certeza um individuo que não se importaria de me acompanhar a qualquer sitio para uma pescaria...para mais tarde poder obter dividendos, por exemplo, uma eventual promoção aquando de abertura de vagas).
Aquela espécie de pessoas que todo o chefe gosta de ter a volta a bajulá-lo, vulgo engraxador, seria a primeira espécie que eu baniria de meu serviço. Mas temo que o serviço ficasse deserto...
Além do mais o meu mais que reconhecido feitiozinho da m.... iria ajudar mais á questão. Resumindo, não me vejo com perfil de líder nem com pulso forte para tal. Como costumo dizer Antes um operário acima da média de que um chefe de m....

domingo, 25 de março de 2007

The Queen


A noticia da morte de Diana em Agosto de 97 espalha-se rapidamente pelo Mundo. Incapaz de compreender a reacção emocional dos seus súbditos, Isabel II (Helen Mirren) isola-se com a família real em Balmoral. Tony Blair (Michael Sheen), recém-empossado como primeiro-ministro britânico, percebe que os líderes do país precisam tomar medidas que os reaproximem da população e tenta reatar os laços entre esta e a realeza. "A Rainha" é um olhar sobre a forma como a Família Real foi afectada e o que aconteceu nos bastidores do poder quando a tragédia bateu à porta. É um filme sobre a batalha entre o que deve ser público e o que é privado, a responsabilidade e a emoção, enquanto uma nação e o mundo se ajoelhavam a chorar a morte da Princesa do Povo, aguardando as reacções dos líderes.

Vi, há alguns dias atrás, o filme “ The Queen”, em português simples, “a Rainha”.
Helen Mirren é Isabel II, Rainha de Inglaterra, e graças á sua interpretação neste filme conseguiu o Óscar para Melhor Actriz Principal.
A interpretação de Helen Mirren é, no meu ver, fantástica. Mas é hilariante a caracterização que o realizador fez de Tony Blair, como uma criança deslumbrada a quem é dado um novo e fantástico brinquedo, neste caso o cargo de primeiro ministro britânico. Um filme que apesar de tudo mostrou a outra faceta da família real, que se mostrou indiferente com a morte daquela que foi a princesa do povo. Mas também mostrou o lado humano de Isabel, que, apercebendo-se do ódio que gerara nos seus subditos com todas as suas reacções, deu o braço a torcer e mostrou que realeza também tem sentimentos.

sábado, 24 de março de 2007

Toquei o céu....mas espantei-me a todo o comprido!

Toquei o céu…mas espantei-me a todo o comprido! Podia ser esta a frase que descreveria o meu sentimento na passada 6ª feira, após uma conversa com a moça com quem fiz o tryout. Dividi o tryout em duas partes (não sei se é assim que se faz, mas penso que se deve fazer): fomos para a pista primeiro, ver o que cada um sentia com o outro a seu lado e depois duas cadeiras e uma mesa para partilharmos a experiência, trocarmos palavras e ideias, e acima de tudo objectivos, mostrar o que queremos,colocarmos as cartas na mesa.
A primeira parte, concordámos, correu bem e até acima das expectativas para quem estava parado ia para quase dois anos. Ela surpreendeu-me pois conseguiu juntar á generosidade em pista a inteligência e a noção de estar em pista que poucas têm por muito que tentem ou por mais que treinem. Contudo o pior estava reservado para o fim. Os nossos objectivos eram claramente díspares.Competição vs Diversão. E a cereja em cima do bolo: ela tinha um preconceito que eu compreendo...também sofro do mesmo. Quando entrava em pista não conseguia evitar olhar em volta e pensar : “Somando o peso do par dará quase-QUASE-o meu peso!”. Entre outras coisas, um preconceito tolo que persiste em ligar-se á Dança de Salão voltou a fazer das suas e a afastar, na minha humilde opinião, uma excelente dançarina das pistas.Entretanto, sacudo o pó e levanto-me…com a sensação boa de por momentos ter pairado em pleno ar e esperando um dia poder pairar de novo.
Rosário, não pude deixar de ler o teu comentário no meu post sobre o tryout e não posso deixar de comentar aqui em directo com um tom, digamos, paternal, sobre o que disseste... Não,filha, não te traí...

quinta-feira, 22 de março de 2007

...e agora para algo completamente diferente...

Pelo que li na FOCUS nº 387 (14 a 20/3/07) há como que um ressuscitar de um homem que isolou um país do mundo durante décadas e manteve na ignorância milhões de portugueses.”A bem da Nação” dizia ele, fazia tudo isso. A malta fala, fala…mas no fundo ninguém conhece quem foi Oliveira Salazar. Eu, como comunista assumido que sou, afirmo que foi vilão. Como pessoa, como ser humano que sou, esquecendo os ideais que defendo e olhando a História com olhos imparciais (ou pelo menos tentando) vejo um homem que tentou fazer o melhor por Portugal (ditadura é ditadura e nunca são boas por melhores que sejam as reais intenções dos seus lideres) mas defendo que estaria rodeado pela pior corja existente, uma tradição que a nossa politica (e não só) teimam em manter, afastando o que é bom e mantendo o que não presta perto de si. Teria Salazar real conhecimento das acções da sua policia secreta? Seria realmente Salazar quem mandava na PIDE/DGS? Seriam dele mesmo as ordens que transformaram Portugal num “feudo privado” em pleno século XX? A geração que viveu debaixo da ditadura fala horrores, contudo alguns clamam por um regresso de Salazar da tumba! Não compreendo…se era assim tão mau porque raio o querem de volta?
Mas o que me faz falar aqui do “senhor das botas” é a similaridade de factos entre o anterior regime salazarista e o nosso regime, liderado por um homem que de filosofo apenas tem o sobrenome e que tem como “primeira dama” alguém com um programa sobre língua portuguesa á 6ª feira á noite… (mente doentia!).
Há discursos de Sócrates em que há claras alusões a ideais de Salazar a nível político. Por exemplo: quando o primeiro se refere a “sanear primeiro as Finanças e depois a Economia e o Social e só no fim o Politico”, é uma reprodução quase fiel dos ideais do ditador.
Uma outra similaridade se prende com as famosas “Conversas em Família” de Marcello Caetano, programa televisivo onde este explicava aos nossos pais e avós as suas politicas para que todos compreendessem. Actualmente temos no canal do Estado “As escolhas de Marcelo” e “Notas Soltas”, de duas figuras com algum peso político nos respectivos partidos que, curiosamente ou não, são os mais votados pelos portugueses, fazendo com que os outros três partidos com assento na Assembleia nem constem na tabela de programação a não ser em algum tempo de antena.
Mais uma parecença, querem? Então, cá vai! Os nossos pais e avós decerto lembram-se de, no tempo da ditadura, qualquer inauguração em que aparecesse o Presidente da República, aparecia também o reverendíssimo cardeal patriarca de Lisboa. E agora? Aquando dos 50 anos da RTP houve a inauguração das novas instalações, transmitidas em directo, e adivinhem quem era o piqueno vestido de vermelho ao lado do Cavaco?!

quarta-feira, 21 de março de 2007

O meu tryout

Tryout (ou try out): Anglicanismo usado na Dança de Salão para definir o experimentar, provar, para ver se de facto se deve ou não haver continuação a nível de par. Aplicação prática - “Ana vai fazer um tryout com Pedro ”.

De facto assim foi. Ontem fui a um tryout numa escola de Dança de Salão a convite do treinador da mesma. Ao fim de quase 2 anos de exílio ao qual me condenei por vontade própria voltei a pisar uma pista de dança para uma «experimentação» com a...com a...ai que se me foi o nome! A quem de direito que me responda a este post e me diga como ela se chamava!!!!!Voltando ao tema de abertura....A sensação de regresso a um local que me proporcionou momentos de felicidade é quase indescritível…o interior daquelas 4 linhas dão-me uma sensação única. Contudo devo já dizer que o que menos me importou ali, pela primeira vez em toda a minha vida, foi a qualidade da dança. Num tryout testa-se o potencial parceiro de dança (neste caso a potencial parceira).
Mas a minha cabeça martelava constantemente: «QUERO LÁ SABER!» (para os british: I don’t give a damn) e ali estava eu, fazendo o esquema que me foi dado para fazer com a moça (pedi ao treinador para nos montar um pequeno esquema de forma a que não houvesse sentimentos de insegurança infundados quer nela quer em mim) não prestando a mínima atenção a qualquer virtude que ela tivesse, deleitando-me apenas com o meu simples pisar da pista e o contar dos tempos…os passos estavam lá, estupidamente defeituosos mas saiam assim como eu os punha e queria (confesso, queria-os mais perfeitinhos, mas com uma paragem tão longa não se esperam milagres!). De início nem ligava ao que ela fazia, eu estava de volta...e sentia-me bem de regresso! O magano do ombro, habituado que está á boa vida, é que não gostou desta azáfama toda…e manifestou-se. Senti-me como há muito tempo não me sentia…e isso é meio caminho andado. Não sei se esta será a minha parceira, mas gostei do ritmo. Há algumas arestas que têm de ser limadas. Ela nunca competiu em toda a vida e não se sente confortável com isso...não posso obrigar ninguém a fazer o que não quer pois estaria a cometer erros que foram cometidos sobre mim por outras pessoas...

terça-feira, 20 de março de 2007

Paixão ou Obsessão?

Uma temática bastante complexa de abordar (ainda mais por um leigo) mas que é interessante por um simples ponto de vista que eu gostaria que colocar: Onde acaba uma e começa a outra?
Apenas faço a pergunta por uma questão simples: até que ponto a paixão por algo pode toldar-nos a razão ao ponto de ficarmos obcecados por isso? Exemplo prático: a Dança. Falo contra mim, pois eu gosto da Dança, de um ramo específico da Dança. Apaixonei-me por Dança de Salão. Contudo, talvez por más influências, deixei a paixão tomar conta da razão e fiquei obcecado por esta. Tinha de fazer mais, fazer melhor... era o mesmo que pedir a alguém que, com um Mini, tentasse ultrapassar um Mercedes na auto-estrada! O mais chato era que tinha sempre alguém a dizer que o Mini estava a quase a passar pelo Mercedes…
Algum tempo após a minha saída, vi o quão errado estava...o Mini estava com muito atraso em relação ao Mercedes mas estava de tal forma convicto do que lhe diziam que iria desenfreado por aí fora, completamente cego, toldado por uma "paixão" que não o era...Só após a minha saída pude ver com olhos de ver o que realmente me rodeava...
Esse alguém que eu via e que me servia de exemplo, de mestre, de guia…eu não lhe via paixão pela Dança, via-lhe obsessão quase doentia nos olhos. Uma obsessão que não é saudável e que em nada ajuda. Ou a paixão por algo torna-nos insensíveis a tudo o que nos rodeia? Torna-nos brutos e afasta quem gosta de nós? Fazem chorar de tristeza, de dor, em vez de chorar de felicidade? Foi o que aconteceu em algumas etapas da minha vida. Dei por mim a afastar-me das pessoas que me rodeavam, a magoar pessoas que gostavam de mim, entre outras coisas…
Penso poder chegar a uma conclusão e que me desculpem os aficionados e apaixonados pela Dança de Salão em geral: A paixão é saudável, a obsessão não. A saúde mental da pessoa que a pratica (ou a ensina) muda radicalmente…e o ambiente em seu redor também.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Pandora

Muito tenho eu ouvido falar sobre esta piquena (e muito provavelmente muitos de vocês também...) mas não tinha conhecimento da real história da Caixa de Pandora (não, não é da Caixa de Aposentações e muito menos da Caixa Geral de Depósitos.)

Conta a Mitologia Grega que Zeus ordenou a criação da primeira mulher e lhe deu o bonito nome de Pandora (era para ser Cátia Vanessa mas os outros deuses não deixaram. Zeus ainda propôs Soraia Alexandra mas mandaram-no dar uma curva ao bilhar grande). A Deusa da Sabedoria, Atenas, que pelos vistos era a madrinha da cachopa, deu-lhe muitos talentos (não confundir com talentos escondidos nem com a moeda da época com o mesmo nome) e Zeus, encantado, presenteou-a com uma caixa. Caixa essa onde estavam enclausurados todos os males da Terra. A piquena cresceu, fez-se uma mulherzinha, veio para a Terra, e casou com Epitemeu, o primeiro homem (Obrigado, meu Deus por me livrares de um padrinho que me desse tal nome!).
O homem, com tanta coisa boa para fazer com a Pandora, com tanto sitio bom para meter a mão (e pelo que rezam as histórias da altura a Pandorinha era boa como o milho e não era muito tímida nessas coisas...) foi logo mexer no pior sitio...na caixa da Pandora.Podia ter mexido em todo o lado mas não...Tinha de ser na caixa! E pimba! Á conta desse malandro, todos os males se abateram sobre a Terra.

E desde então vivemos para sempre felizes neste cantinho á beira mar plantado...haja guerras, tsunamis, furacões ou derrames de crude, passa-nos tudo ao lado! Será que a Caixa de Pandora foi aberta cá por estas bandas?Sim, porque se não acontece cá nada...é porque os males têm de sair de algum lado não????Terão as suas origens em algum sítio, nisso estaremos todos de acordo! Ah...na mitologia grega, a unica coisa que fica no fundo da caixa e de lá não sai é a esperança. Ainda não estão convencidos de que este rectângulozinho á beira-mar plantado não é mais do que A caixa de Pandora?

terça-feira, 13 de março de 2007

Engenheiro?Não, obrigado!

Ontem, tive um acesso de loucura (sim, pois isto não tem cura!De quando em vez a malta tem recaidas...) e fui-me inscrever para fazer provas de acesso para o Ensino Superior. Coisinhas muito acessíveis como Física e Matemática, para uma possível entrada em Electrotecnia ou algo que o valha. Contudo, estive a ver as áreas técnicas a que me poderia candidatar e... fiquei parvo. Só três anos para formar um licenciado?Não era mais tempo? É por causa dessa coisa de Bolonha mas que nada tem a haver com a massa nem com a carne da mesma terra que sabe tão bem e que se come em restaurantes italianos?

Mas algo está errado nesta história. Eu, Acácio Jardim Martins, ENGENHEIRO?Seja lá do que seja? Eu, anti-engenheiro convicto,formar-me em engenharia de qualquer coisa?
Eu,defensor da teoria de que é preferível formar pessoas desde a base (do zero,por exemplo) e promovê-las até ao topo de uma carreira de forma a poderem ter conhecimento prático da função e exercer funções de chefia com mais precisão, melhor coordenação e conhecimento do que se passa no terreno de forma a não meter os pés pelas mãos,como os ENGENHEIROS?
Há um ditado lá onde trabalho que passa de geração para geração de trabalhadores e que sempre fez sentido: Quem sabe,sabe...Quem não sabe, é chefe!

Enfim,voltando ao assunto, há algo que eu gosto de sobremaneira mas não sei se tenho estofo para tanto... seria Gestão de Recursos Humanos. Desconheço a realidade a nível de emprego mas acho que seria uma área bastante interessante e em que eu me poderia identificar (apesar das minhas raizes não serem propriamente isentas e terem uns tons um tanto ou quanto avermelhados...mas pronto.).
Mas infelizmente, para meu grande mal, há um velho dizer popular que diz «nunca digas desta água não beberei»...

segunda-feira, 12 de março de 2007

The Ghost Rider


Ainda jovem imberbe, Johnny Blaze (Nicolas Cage), famoso pelas suas proezas em cima de uma mota, vendeu a alma ao diabo para salvar o pai de um cancro em estado terminal. Acordo é acordo…e agora, o Diabo veio buscar o que é seu.
Durante o dia, Johnny é um acrobata sem medo...mas à noite, na presença do Mal, ele torna-se num Ghost Rider, um implacável caçador de demónios fugitivos a soldo do Senhor das Trevas.
Johnny é apanhado no meio de uma guerra entre Criaturas das Trevas por causa de um “contrato” que se supõe ser maléfico o suficiente para dar poder suficiente a quem o tiver de destruir a Terra tal como a conhecemos…

Completamente fora do que é meu hábito, fui assistir a uma quase-estreia de um filme. Quase-estreia, disse, porque a estreia a sério foi na 5ª feira…mas são detalhes. Não sou grande apreciadores de premiéres (ou estreias, para quem gosta mais da palavra portuguesa) pelos mais variados motivos, desde a elevada quantidade de sub-16 existentes na sala e que nunca se cansam de fazer comentários á Gabriel Alves (melhor ainda: não fecham a abençoada matraca!) ou aqueles que, mesmo sendo sub-14, se comportam como verdadeiros adultos…num quarto de um motel, ou ainda porque muito sinceramente já me habituei desde há muito a ver um filme sem ter tanta gente a assistir.
Falando do filme em si, bem…Tem acção e gostei. Impressionou-me um bocado a cena da transformação do Nicholas Cage para algo em chamas (literalmente!) mas de resto gostei muito da interpretação da Eva Mendes.

Qualquer dia ainda me chamam de Lauro Dérmio: Vamos ver o filme, ou como se diz em amaricano,lets luc at da traila!

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

The Good Shepherd

Ontem fui ao cinema. A Cátia deu uma folga aos livros e eu uma folga á medicação e lá fomos ver (a muito custo, pois a mesma hora, jogava o Glorioso contra a equipa do Paços de Ferreira...) o Bom Pastor. Mas valeu a pena. Aconselho a ver a quem goste do género.

A história nunca revelada do nascimento da CIA vista através da vida de um homem que acreditava na América e que sacrificaria tudo o que amava para proteger o seu país, é contada em 'O Bom Pastor', um drama épico que apresenta um elenco recheado de estrelas, dirigido por Robert de Niro. Edward Wilson (Matt Damon) é um patriota que aprecia o valor da discrição – sigilo e compromisso com a honra foram-lhe incutidos desde a sua trágica e privilegiada infância. Um estudante sedento de conhecimento em Yale em 1939, é recrutado para aderir à sociedade secreta ‘Skull & Bones’, uma irmandade de laços fortes que visa o desenvolvimento de futuros líderes mundiais. A mente acutilante de Wilson, a sua imaculada reputação e o seu credo sincero nos valores da América fazem dele o principal candidato a um carreira em espionagem por parte daqueles que monitorizam novos recrutas.O jovem idealista é recrutado para trabalhar nos OSS, o percursor da CIA, durante a II Guerra Mundial. Esta decisão irá alterar o curso da sua vida bem como o mapa geopolítico dos nossos dias, à medida que Wilson e os seus companheiros, membros do clube secreto, criam a mais poderosa agência secreta do mundo.É um filme sobre a natureza humana, sobre as escolhas de um homem e as suas consequências.


Matt Damon tem uma interpretação magistral, desde “O Talentoso Mr. Ripley” de 1999 que não mostrava provas do seu talento. Retrata um homem frio, (mas no fundo atormentado pela morte/suicídio do pai), que opta pela sua carreira em vez de investir no seu casamento e família.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Bancada da Oposição

Em todos os locais que conheço e que frequento existe um grupo de pessoas que comenta o que está bem e o que está mal e o que faria para mudar tudo isso. Até aqui tudo bem. Em todo o mundo existe disto…até na longínqua ilha de Vanuatu deve existir disto. Mas também deve existir aquela sorte de pessoas que da mesma forma que fala mal, comenta igualmente mal, escuda-se num aparência ilusoriamente serena e, baseando-se em factos irreais, faz o que se apelida de (e vou usar um termo bonito) “defecar sentenças” (para quem não souber o que é, vá ao dicionário!).

A esta sorte de pessoas costumo apelidar de “bancada da oposição”. Podem só perceber de buracos em meias de lã ou de pregos em sapatos mas rapidamente opinam sobre qual a melhor acção a tomar sobre o que fazer ás tropas americanas no Iraque…e têm sempre razão, pois elas é que sabem!

Isto tudo para dizer o que? Bancadas de oposição têm a força que se lhes der e em muitos sítios mandam mais que os donos ou os gerentes dos locais…atrever-me-ei a dizer que em certos sítios são consultadas (e reverendadas!) quais eminências pardas das quais tudo depende.

Por isso e por menos não consigo compactuar com certas coisas. Não consigo aceitar estar num sítio onde haja notórias divisões internas. Na minha escola por exemplo. Somos 8 alunos actualmente, a terminar o curso técnico de Electrotecnia. Quando começámos eramos 32 há 3 anos atrás...mas nós 8 mantivemo-nos unidos contra tudo e conseguimos levar o barco até agora e vamos entregar o NOSSO projecto final em fins de Março se tudo correr bem.

Moral deste post: Quem me afastou da Dança, além da lesão, foram as eminências pardas da mesma…


sábado, 17 de fevereiro de 2007

"Acácio,porque não voltas?"

Esta é provavelmente a pergunta que mais vezes me terá sido feita ultimamente, e na sua maioria, por mulheres... Não, não é porque não volto a ser solteiro!!!
É, como já calcularam boa parte de vocês que me conhecem, a que se refere este "voltar" na pergunta...voltar a dançar.
Nada me daria mais prazer que calçar novamente os sapatos e pisar as pistas que um dia já pisei e regressar para um novo objectivo...mas qual?O meu objectivo primário quando comecei a competir era do conhecimento de todos e para quem o desconhecia divulgo-o em primeira mão: conseguir atingir finais de Modernas e passar pelo menos uma eliminatoria de Latinas. Com o tempo comecei a refinar esses objectivos e agora, falando em escalões para os experts que eventualmente podem estar a ler estas linhas, era chegar a Novice A em Modernas e Novice B em Latinas. Tinha perfeita noção do que valia e de que estas metas eram perfeitamente acessíveis se trabalhasse para as atingir. Trabalhei e, com alguma sorte, confesso, atingi patamares mais elevados. Cheguei a Novice A em Latinas (medíocre assumido mas Novice A com orgulho) e Intermédio em Modernas (por muito que isso tivesse custado a engolir á bancada da oposição).
Tive variados pares com os quais dancei e dos quais me orgulho de ter partilhado tudo o que tenho hoje a nível de dança, de bom e de mau. Mas nada teria sido conseguido se não tivesse alguém que acreditasse que, dentro de cento e muitos quilos de massa bruta, estaria alguém que conseguia de facto fazer algo parecido com Dança de Salão. A vocês, Bruno e Joana, o meu mais sincero obrigado por, mesmo nos vossos limites, ainda terem tempo para me conseguirem incutir Dança neste vosso aluno que, ao contrário que vos possa ter sido dito pela oposição, não vos abandonou. Simplesmente teve de seguir outro caminho.
E é por isso que neste post respondo agora. Não volto pois o médico que me acompanhou diz-me que eu não teria problemas em dançar...mas estaria por minha conta e risco qualquer lesão que daí adviesse. Como é do conhecimento de todos, sou operário fabril e preciso dos braços para trabalhar como qualquer um de nós...mas tendo em conta que trabalho numa linha de produção talvez seja mais preciso na minha função que na vossa.
Contudo o bichinho continua cá dentro e um regresso poderá ser possível...apenas dependeria de algumas condições a nível pessoal serem concretizadas.
PS: A todos os meus colegas que comigo pisaram as pistas, não foram esquecidos neste post...estão sempre comigo e poderão contar sempre comigo (desde que eu possa ajudar,claro)

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

...E ela mexeu-se!

Enfim...A grande noticia do dia foi o sismo ao largo de Lagos e que se fez sentir aqui mesmo na Torre da Marinha.
Pelo que sei até no Porto sentiram alguma coisa. Estava a conduzir á hora do sismo. Senti o carro fugir um pouco mas nada de especial...pensei ter um pneu furado. Já não era a primeira vez que me acontecia, desta feita em plena Via Rápida.
Passado um bocado ouço, vindo do telemóvel, o "Edelweiss", musica que identifica chamadas da Cátia.


"Estou, mor?Não sentiste nada?"- pergunta-me ela, com aflição na voz.
"Não...porquê,devia ter sentido?"
"Sabes,senti um tremor de terra..."
"Hã?"


Primeiro, não acreditei ("Tremores de terra não é?Deve estar dormente de tanto estudar sentada!") depois lá ouvi comentar na rádio que, de facto, tinha havido um sismo.
"Estúpido! E dentro do carro não senti nada...Se fosse a sério tinhas ido desta pra melhor!"
Chegado a casa da Avó Gilda, num tempo que faria corar de inveja o Prost ou o Piquet, ouço a mesma pergunta: "Então, filho, o teu Benfica?...Sentiste o tremor de terra há bocadinho?"(NDR: Dia em que o Glorioso perde, é a primeira pergunta que faz...) "Não, vó...vinha no carro...". O avô Silva vira-se e confirma que também não sentiu nada. Um formigueirozito quando estava na fila do banco e pouco mais, disse ele.Após tapar o buraco no estômago com dois ovos e duas ou três salsichas (já era hora de almoço), abalei pra casa onde encontro a Cátia, de roda dos livros, parecendo que ali tinha passado um furacão também, para além do sismo.


"Então, mor? Como foi? Não senti nada..." - atirei eu.
"Olha, eu senti e ouvi! Primeiro pensei que tivesse sido um camião a passar desembestado rua abaixo (já não era o primeiro...) depois..."
"Um camião? Desembestado? No minimo espantava-se contra a escola..."
"Espera...depois, como o senhor que faz as contagens da água tinha tocado antes,pensei que o homem se tivesse escalitrado das escadas!"
"...E o homezito fazia um basqueiral daqueles de fazer mexer o espanta espiritos e os copos no movel e tudo...sim senhor..."
"Mas a minha preocupação, mor, era se acontecesse outro a seguir!Não sei o que faria!"
"Fugias para a rua?" -Disse eu, com o ar mais descontraido possível.
"Sim, eu sei, mas de pijama??" - pergunta ela, preocupada.


Moral da história: Se houver um sismo, estejam pelo menos bem vestidos!

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

O meu pequeno Misha

Para os mais novos, Misha foi a mascote dos Jogos Olímpicos de 1980, em Moscovo. O personagem ficou também famoso por seus desenhos para livros infantis. Misha, inclusive, tinha até nome inteiro oficial: Mikhail Potapitch Toptygin.
Era um dos meus bonecos preferidos de infância (senão o mais adorado) e que me acompanhou até há bem pouco tempo...Para os que me acompanharam de perto nas danças de Salão, já sabem do que falo...para outros é uma novidade. No início da minha vida artística (refiro-me claramente ás Danças de Salão, mentes perversas!) vi variados competidores com variadíssimas superstições, desde o usar as mesmíssimas meias em todos os campeonatos até ao usual rezar ao canto do balneário, o beijo num terço benzido pelo Bispo lá do sitio, o equipar-se sempre no mesmo local, um canto especifico, num chuveiro...
Eu tinha a minha…invisível aos olhos do público e de todos, tinha um amuleto que viajava sempre comigo. Era o meu pequeno Misha, uma prenda que minha avó me tinha dado quando era mais puto para pôr num fio ao pescoço. Era religiosamente colocado do lado esquerdo da minha camisa de Modernas, na ponta, preso por um pequeno alfinete de dama. Apesar de eu ser um autêntico torpedo humano, Misha fazia com que os danos colaterais fossem menores…e criou o mito de que eu até me ajeitava em Modernas com os famosíssimos 4 – QUATRO – quartos lugares em finais de Modernas (três deles consecutivos). Infelizmente para mim, Misha desapareceu...mas a lenda continuou e não mais consegui finais consecutivas ou quartos lugares fosse em Modernas ou Latinas...e deu origem á piada:“Com tanto Quarto [lugar] tens um casarão que é obra!”





segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Khatchaturian,um desconhecido.

Pelo nome do piqueno, facilmente a malta se apercebe que é de Leste. Vou dar uma ajudinha: é da Arménia. E dizem voces (e com razão!), almas caridosas que ainda acreditam na minha remissão a nivel de sanidade mental, "Olha-me este armado em entendido...mas quem é este marreta que ainda por cima tem um nome esquisito?". Eu aprendi desde cedo que tudo o que é boa informação tem obrigatoriamente de ser partilhado por todos (o que é passível de partilha, claro!). Continuando...
A descoberta foi, como o tipico tuga faz, acidental. Vinha da escola e a ouvir a Antena 2, as usual pois ajuda-me a descontrair durante a condução (antes para descontrair era coisas tipo Prodigy e assim...) e ouço uma valsa que, para mim, tinha algo de diferente, nada tinha a haver com as famosas valsas austriacas, que embalam. Aquela tinha o ritmo de uma valsa vienense mas em vez de ser aquela musica melosa que todos nós conhecemos, fazia lembrar uma marcha. "Mas que raio?..." penso eu. Contudo, á porta de casa já, não abandonei o carro enquanto não acabou a musica e o apresentador do programa anunciou o nome de Aram Khatch-qualquer coisa-ian " e que foi extraida da sua obra Masquerade.
Apenas o conheço há pouco, mas a sua obra é por demais conhecida. Quem não se lembra da banda sonora de "2001 - Odisseia no Espaço", de Stanley Kubrik? Quase toda ela foi extraida da obra para bailado Gayanne. Ou ainda The Sabre Dance, peça que surge no fina de outra obra para bailado Spartak (ou Spartacus)?
Procurem, tentem ouvir...acho que é de facto uma boa escolha para apreciadores. Para inicio de pesquisa podem ir pela Wikipedia...

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

O regresso ao serviço

Após uma semana muito má, com o desaparecimento do avô da Cátia, o Sr. Isidro, vou ver o meu sofrimento continuar pois é já a 29 de Janeiro, 2ª feira, que vou regressar ao trabalho. Já descobri por terceiros que até vou ter direito a uma festa de regresso e tudo. A malta tem sentido muito a minha falta, tanto como a da fome e vamos ter direito a rancho melhorado e fartamente regado com líquidos espirituosos...enfim, delírios de um funcionário público deprimido por voltar ao mesmo posto de sempre onde é ignorado, ostracizado, insultado por ter ideias próprias e, graças a tudo isso, deprimido.

Sim, eu repeti deprimido na frase deliberadamente. O facto de ser diferente no pensar e no agir não dá o direito a quem manda de tentar quebrar o espírito e destruir a mente de outro.
Contudo (sobre)vivo assim. Vou voltar a entrar no meu purgatório, cumprir o meu calvário até um dia sair dali. Sim, eu irei sair dali...ainda não sei bem quando e em que condições mas hei-de sair. Mas até esse dia chegar, haja muita Fluoxetina e muito Bromazepam para me suportar, além da minha esposa que sempre esteve ao meu lado e sempre me apoiou até hoje.
Seja o que Deus quiser...e o que me der na minha real cachola (ou o que sobrar dela...)
Vou passar a postar menos regularmente, portanto não estranhem longos periodos de ausência...





sábado, 20 de janeiro de 2007

Adeus, seu Isidro.

Seu Isidro, avô e padrinho (duas vezes) da Cátia, deixou-nos esta tarde. A malvada não perdoa e leva-nos quem nos é mais querido quando lhe dá na gana. Seu Isidro, com as suas oito décadas e mais uns pozinhos, lia o seu livro, falava com grande sensatez das coisas, do alto do conhecimento que sua longa vida lhe proporcionara e ria, ria sempre…sempre fintou a malvada. Até hoje. No frio Dezembro, Ela anunciou-se com pompa e circunstância. Seu Isidro tentou resistir... Ela levou-lhe o andar primeiro, depois o tino e a seguir o ultimo sopro de vida. Rapidamente, seu Isidro sucumbiu ao avanço fulminante da malvada que a todos nos há de levar e que a ninguém perdoa. Nós, que  assistimos impotentes ao eclipsar rápido e funesto de seu Isidro, assistimos agora lavados em lágrimas á sua ultima viagem.


Que a terra lhe seja leve, seu Isidro.

Maldito Moleskine!

Estava tudo acertado, tudo combinado em faustoso segredo. Às 21h lá estariam os convidados-surpresa que, passado meia hora, iriam surpreender a desprevenida aniversariante. Mas a surpresa maior estava para vir... O rapaz (organizado e despassarado), que ao seu Moleskine*  tudo confiava, descuidadamente o deixara aberto em cima da secretária antes de partirem para um suposto jantar a dois para comemorar o aniversário dela…devem imaginar a aniversariante a dizer quem iria lá estar e o rapaz, (organizado e despassarado) muito aflito, negava tudo. "Fique eu ceguinho destes dois se isso é verdade!", apontando para os aros dos óculos...sim, podia ter sido descoberto mas nunca juraria pelos seus olhos! Tentava negar ao amor de sua vida que mentia, que nem por sombras estaria num jantar surpresa…e ela descrevendo as pistas que lhe tinham sido dadas durante a semana por todos os convivas e que culminava com o jantar, e ele negando sempre, como se conseguisse convencer alguém com aquela carinha de anjinho barroco de “já foste, e agora?”. E ele negando o óbvio, tapando o sol com a peneira, tentando disfarçar o nervosismo cada vez mais evidente, num sorriso terrivelmente comprometedor…
Foi descoberto. A desilusão toma conta dele…Mas a vida continua e o jantar corre bem.
Chegou-se a uma conclusão unânime entre os convivas. O rapaz (organizado e despassarado) apenas falhara numa coisa naquele jantar surpresa…foi na surpresa.




* O que é um moleskine? www.modoemodo.com

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Obrigado, Cátia.

Hoje é um dia especial. A Cátia faz anos. Para quem não sabe, a Cátia é a minha mulher, a tal que, aos olhos de Deus e do Homem, é hoje a pessoa mais importante da minha vida.
Com ela já ri e chorei, já passamos algumas coisas nesta nossa vida em comum, já tivemos as nossas divergências e acordos, já nos pegamos por coisas tão parvas como os lutadores de wrestling que ela não gosta e eu adoro (NDR: gosto mais dos batoteiros...) ou ainda por não admitirmos que o outro tem razão...Somos um casal normal, como todos os outros, mas devo muito a ela. Ela já aturou muita birra, muita frustração e nada que tivesse a haver com ela. Suportou estoicamente todas as vezes que a minha fúria vinha comigo, fosse por algo menos conseguido, ou por causa de uma palavra menos feliz que me tivesse sido dirigida no trabalho, fosse pela frustração de não conseguir executar um promenade run como deveria de ser e afinal a culpa não era minha, mas assumia-a como tal...
Está ao meu lado e isso apenas me basta para me sentir feliz ao lado da mulher que amo.

Obrigado, Cátia, pelos dias que me tens dado e pelos que virão.

PS: Tem dias que Deus nos livre e guarde mas quem não os tem? ;-)


quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Uma despedida...ou talvez não...

A 8 de Outubro de 2005 fiz a minha última aparição nas pistas de dança de Salão deste país.
Com casamento marcado a 29 do mesmo mês tinha prometido a mim mesmo uma despedida em grande...mas as coisas não correram lá muito bem. O periodo antes do casamento leva-nos todo o tempo e assim, poucas possibilidades teria de uma despedida em grande. Mas não desisti. Entrei em pista convicto de que conseguiria, pelo menos, fazer uma figura decente. Caí na primeira ronda em latinas. Não fiz modernas pois tinha sido promovido a intermédios no campeonato anterior e, por decisão do meu par (acreditarei piamente até ao fim dos meus dias que apenas ela e só ela, sem qualquer tipo de influências exteriores á cabeça dela, conseguiu tomar essa decisão), não mais praticaria modernas até subir a intermédio em latinas. Sendo Novice A (o escalão imediatamente abaixo), bastaria “apenas” um 2º ou 3º lugar. Coisinha simples…se apenas houvesse 2 ou 3 pares em pista…
Após uma exibição (mais uma) embaraçosa para a escola que representei, com muito orgulho, em que, apesar de juntos, parecíamos estar a dançar cada um para su sitio, tomei uma decisão que, apesar de ser contra minha vontade, eu tinha de tomar. Não tenho tempo para dançar, nem consigo ter a dedicação exigida para este nível.
Não irei culpar minha parceira na altura (muito embora possa dizer que a sua generosidade na pista não pudesse ser confundida com graciosidade e inteligência...), nem tão pouco culpar meu mestre nestas andanças que, apesar de ter um feitio difícil, conseguiu ter durante anos o atleta mais pesado da APPDSI a competir pela escola dele…e com relativo sucesso. Tomei, provavelmente, uma das decisões mais dolorosas da minha vida e afastei-me das pistas…mas o bichinho continua cá.

Na minha anterior escola havia (como em todas as outras) e decerto que continua a haver lobbies…mas isso fica para outro post…


quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

O referendo á I.V.G. (opino sobre)

Até dia 11 de Fevereiro vamos assistir á hipocrisia do não contra a cegueira liberalizante do sim para uma decisão que deveria ser a mais normal do mundo: a liberdade do ser humano fazer o que pretende do seu corpo. Se pretende abortar (ou em linguagem menos chocante, interromper a gravidez) porque não o pode fazer em condições dignas num hospital?

A vida é alegria, um filho é alegria quando desejado...
para quê transformar num fardo aquilo que deveria ser uma dádiva divina?

Para quê dar á luz alguém indesejado, que vem para sofrer?

A passagem em itálico não é minha,mas posso afirmar que terá sido proferida por um alto magistrado do Vaticano,pelo que consta onde vinha registada.
Pelo que conheço do meu País...tenho quase a certeza que tudo irá ficar na mesma...

A abstenção será a grande vencedora deste referendo. Deste e de muitos outros pois quem vive em Portugal pouco se importa com ele.
Mas isto são contas de outro rosário...



terça-feira, 16 de janeiro de 2007

O meu primeiro Post

Bem...Já cá só faltava eu pôr-me nestas andanças...
Se tudo o que é alminha tem um blog, porque não posso eu ter um também?
Sim, também tenho direito a ter ataques de verborreia, como qualquer um.
Só não tenho é muito jeito para isto...
Para primeiro post acho que estou a ir muito bem.
Ainda não tenho muito certo o tema desta "coisa" mas não deve ser difícil.
Convenhamos, até o Cláudio Ramos tem um blog!
Bem, amanhã logo se vê.

(em tempo: vou tentar portar-me bem…TENTAR!!!)