terça-feira, 20 de março de 2007

Paixão ou Obsessão?

Uma temática bastante complexa de abordar (ainda mais por um leigo) mas que é interessante por um simples ponto de vista que eu gostaria que colocar: Onde acaba uma e começa a outra?
Apenas faço a pergunta por uma questão simples: até que ponto a paixão por algo pode toldar-nos a razão ao ponto de ficarmos obcecados por isso? Exemplo prático: a Dança. Falo contra mim, pois eu gosto da Dança, de um ramo específico da Dança. Apaixonei-me por Dança de Salão. Contudo, talvez por más influências, deixei a paixão tomar conta da razão e fiquei obcecado por esta. Tinha de fazer mais, fazer melhor... era o mesmo que pedir a alguém que, com um Mini, tentasse ultrapassar um Mercedes na auto-estrada! O mais chato era que tinha sempre alguém a dizer que o Mini estava a quase a passar pelo Mercedes…
Algum tempo após a minha saída, vi o quão errado estava...o Mini estava com muito atraso em relação ao Mercedes mas estava de tal forma convicto do que lhe diziam que iria desenfreado por aí fora, completamente cego, toldado por uma "paixão" que não o era...Só após a minha saída pude ver com olhos de ver o que realmente me rodeava...
Esse alguém que eu via e que me servia de exemplo, de mestre, de guia…eu não lhe via paixão pela Dança, via-lhe obsessão quase doentia nos olhos. Uma obsessão que não é saudável e que em nada ajuda. Ou a paixão por algo torna-nos insensíveis a tudo o que nos rodeia? Torna-nos brutos e afasta quem gosta de nós? Fazem chorar de tristeza, de dor, em vez de chorar de felicidade? Foi o que aconteceu em algumas etapas da minha vida. Dei por mim a afastar-me das pessoas que me rodeavam, a magoar pessoas que gostavam de mim, entre outras coisas…
Penso poder chegar a uma conclusão e que me desculpem os aficionados e apaixonados pela Dança de Salão em geral: A paixão é saudável, a obsessão não. A saúde mental da pessoa que a pratica (ou a ensina) muda radicalmente…e o ambiente em seu redor também.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como eu te entendo amigo, a dança deve ser um prazer, um sentimento interior que se expressa na dança, dentro de cada limitação de cada um de nós ( sim porque ninguém é perfeito, muito menos a dançar ), se nos derem oportunidades de demonstrar o que gostamos mais de fazer, faz de nós pessoas mais completas e felizes, porque um brilho nos olhos de se fazer o que se gosta e uma alegria que se expressa num sorriso de um dançarino deveria ser a melhor recompensa de quem ensina...O que importa mesmo é sermos felizes e fazer alguém feliz, como dizia alguém que conheci!

Paula