terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

The Good Shepherd

Ontem fui ao cinema. A Cátia deu uma folga aos livros e eu uma folga á medicação e lá fomos ver (a muito custo, pois a mesma hora, jogava o Glorioso contra a equipa do Paços de Ferreira...) o Bom Pastor. Mas valeu a pena. Aconselho a ver a quem goste do género.

A história nunca revelada do nascimento da CIA vista através da vida de um homem que acreditava na América e que sacrificaria tudo o que amava para proteger o seu país, é contada em 'O Bom Pastor', um drama épico que apresenta um elenco recheado de estrelas, dirigido por Robert de Niro. Edward Wilson (Matt Damon) é um patriota que aprecia o valor da discrição – sigilo e compromisso com a honra foram-lhe incutidos desde a sua trágica e privilegiada infância. Um estudante sedento de conhecimento em Yale em 1939, é recrutado para aderir à sociedade secreta ‘Skull & Bones’, uma irmandade de laços fortes que visa o desenvolvimento de futuros líderes mundiais. A mente acutilante de Wilson, a sua imaculada reputação e o seu credo sincero nos valores da América fazem dele o principal candidato a um carreira em espionagem por parte daqueles que monitorizam novos recrutas.O jovem idealista é recrutado para trabalhar nos OSS, o percursor da CIA, durante a II Guerra Mundial. Esta decisão irá alterar o curso da sua vida bem como o mapa geopolítico dos nossos dias, à medida que Wilson e os seus companheiros, membros do clube secreto, criam a mais poderosa agência secreta do mundo.É um filme sobre a natureza humana, sobre as escolhas de um homem e as suas consequências.


Matt Damon tem uma interpretação magistral, desde “O Talentoso Mr. Ripley” de 1999 que não mostrava provas do seu talento. Retrata um homem frio, (mas no fundo atormentado pela morte/suicídio do pai), que opta pela sua carreira em vez de investir no seu casamento e família.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Bancada da Oposição

Em todos os locais que conheço e que frequento existe um grupo de pessoas que comenta o que está bem e o que está mal e o que faria para mudar tudo isso. Até aqui tudo bem. Em todo o mundo existe disto…até na longínqua ilha de Vanuatu deve existir disto. Mas também deve existir aquela sorte de pessoas que da mesma forma que fala mal, comenta igualmente mal, escuda-se num aparência ilusoriamente serena e, baseando-se em factos irreais, faz o que se apelida de (e vou usar um termo bonito) “defecar sentenças” (para quem não souber o que é, vá ao dicionário!).

A esta sorte de pessoas costumo apelidar de “bancada da oposição”. Podem só perceber de buracos em meias de lã ou de pregos em sapatos mas rapidamente opinam sobre qual a melhor acção a tomar sobre o que fazer ás tropas americanas no Iraque…e têm sempre razão, pois elas é que sabem!

Isto tudo para dizer o que? Bancadas de oposição têm a força que se lhes der e em muitos sítios mandam mais que os donos ou os gerentes dos locais…atrever-me-ei a dizer que em certos sítios são consultadas (e reverendadas!) quais eminências pardas das quais tudo depende.

Por isso e por menos não consigo compactuar com certas coisas. Não consigo aceitar estar num sítio onde haja notórias divisões internas. Na minha escola por exemplo. Somos 8 alunos actualmente, a terminar o curso técnico de Electrotecnia. Quando começámos eramos 32 há 3 anos atrás...mas nós 8 mantivemo-nos unidos contra tudo e conseguimos levar o barco até agora e vamos entregar o NOSSO projecto final em fins de Março se tudo correr bem.

Moral deste post: Quem me afastou da Dança, além da lesão, foram as eminências pardas da mesma…


sábado, 17 de fevereiro de 2007

"Acácio,porque não voltas?"

Esta é provavelmente a pergunta que mais vezes me terá sido feita ultimamente, e na sua maioria, por mulheres... Não, não é porque não volto a ser solteiro!!!
É, como já calcularam boa parte de vocês que me conhecem, a que se refere este "voltar" na pergunta...voltar a dançar.
Nada me daria mais prazer que calçar novamente os sapatos e pisar as pistas que um dia já pisei e regressar para um novo objectivo...mas qual?O meu objectivo primário quando comecei a competir era do conhecimento de todos e para quem o desconhecia divulgo-o em primeira mão: conseguir atingir finais de Modernas e passar pelo menos uma eliminatoria de Latinas. Com o tempo comecei a refinar esses objectivos e agora, falando em escalões para os experts que eventualmente podem estar a ler estas linhas, era chegar a Novice A em Modernas e Novice B em Latinas. Tinha perfeita noção do que valia e de que estas metas eram perfeitamente acessíveis se trabalhasse para as atingir. Trabalhei e, com alguma sorte, confesso, atingi patamares mais elevados. Cheguei a Novice A em Latinas (medíocre assumido mas Novice A com orgulho) e Intermédio em Modernas (por muito que isso tivesse custado a engolir á bancada da oposição).
Tive variados pares com os quais dancei e dos quais me orgulho de ter partilhado tudo o que tenho hoje a nível de dança, de bom e de mau. Mas nada teria sido conseguido se não tivesse alguém que acreditasse que, dentro de cento e muitos quilos de massa bruta, estaria alguém que conseguia de facto fazer algo parecido com Dança de Salão. A vocês, Bruno e Joana, o meu mais sincero obrigado por, mesmo nos vossos limites, ainda terem tempo para me conseguirem incutir Dança neste vosso aluno que, ao contrário que vos possa ter sido dito pela oposição, não vos abandonou. Simplesmente teve de seguir outro caminho.
E é por isso que neste post respondo agora. Não volto pois o médico que me acompanhou diz-me que eu não teria problemas em dançar...mas estaria por minha conta e risco qualquer lesão que daí adviesse. Como é do conhecimento de todos, sou operário fabril e preciso dos braços para trabalhar como qualquer um de nós...mas tendo em conta que trabalho numa linha de produção talvez seja mais preciso na minha função que na vossa.
Contudo o bichinho continua cá dentro e um regresso poderá ser possível...apenas dependeria de algumas condições a nível pessoal serem concretizadas.
PS: A todos os meus colegas que comigo pisaram as pistas, não foram esquecidos neste post...estão sempre comigo e poderão contar sempre comigo (desde que eu possa ajudar,claro)

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

...E ela mexeu-se!

Enfim...A grande noticia do dia foi o sismo ao largo de Lagos e que se fez sentir aqui mesmo na Torre da Marinha.
Pelo que sei até no Porto sentiram alguma coisa. Estava a conduzir á hora do sismo. Senti o carro fugir um pouco mas nada de especial...pensei ter um pneu furado. Já não era a primeira vez que me acontecia, desta feita em plena Via Rápida.
Passado um bocado ouço, vindo do telemóvel, o "Edelweiss", musica que identifica chamadas da Cátia.


"Estou, mor?Não sentiste nada?"- pergunta-me ela, com aflição na voz.
"Não...porquê,devia ter sentido?"
"Sabes,senti um tremor de terra..."
"Hã?"


Primeiro, não acreditei ("Tremores de terra não é?Deve estar dormente de tanto estudar sentada!") depois lá ouvi comentar na rádio que, de facto, tinha havido um sismo.
"Estúpido! E dentro do carro não senti nada...Se fosse a sério tinhas ido desta pra melhor!"
Chegado a casa da Avó Gilda, num tempo que faria corar de inveja o Prost ou o Piquet, ouço a mesma pergunta: "Então, filho, o teu Benfica?...Sentiste o tremor de terra há bocadinho?"(NDR: Dia em que o Glorioso perde, é a primeira pergunta que faz...) "Não, vó...vinha no carro...". O avô Silva vira-se e confirma que também não sentiu nada. Um formigueirozito quando estava na fila do banco e pouco mais, disse ele.Após tapar o buraco no estômago com dois ovos e duas ou três salsichas (já era hora de almoço), abalei pra casa onde encontro a Cátia, de roda dos livros, parecendo que ali tinha passado um furacão também, para além do sismo.


"Então, mor? Como foi? Não senti nada..." - atirei eu.
"Olha, eu senti e ouvi! Primeiro pensei que tivesse sido um camião a passar desembestado rua abaixo (já não era o primeiro...) depois..."
"Um camião? Desembestado? No minimo espantava-se contra a escola..."
"Espera...depois, como o senhor que faz as contagens da água tinha tocado antes,pensei que o homem se tivesse escalitrado das escadas!"
"...E o homezito fazia um basqueiral daqueles de fazer mexer o espanta espiritos e os copos no movel e tudo...sim senhor..."
"Mas a minha preocupação, mor, era se acontecesse outro a seguir!Não sei o que faria!"
"Fugias para a rua?" -Disse eu, com o ar mais descontraido possível.
"Sim, eu sei, mas de pijama??" - pergunta ela, preocupada.


Moral da história: Se houver um sismo, estejam pelo menos bem vestidos!

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

O meu pequeno Misha

Para os mais novos, Misha foi a mascote dos Jogos Olímpicos de 1980, em Moscovo. O personagem ficou também famoso por seus desenhos para livros infantis. Misha, inclusive, tinha até nome inteiro oficial: Mikhail Potapitch Toptygin.
Era um dos meus bonecos preferidos de infância (senão o mais adorado) e que me acompanhou até há bem pouco tempo...Para os que me acompanharam de perto nas danças de Salão, já sabem do que falo...para outros é uma novidade. No início da minha vida artística (refiro-me claramente ás Danças de Salão, mentes perversas!) vi variados competidores com variadíssimas superstições, desde o usar as mesmíssimas meias em todos os campeonatos até ao usual rezar ao canto do balneário, o beijo num terço benzido pelo Bispo lá do sitio, o equipar-se sempre no mesmo local, um canto especifico, num chuveiro...
Eu tinha a minha…invisível aos olhos do público e de todos, tinha um amuleto que viajava sempre comigo. Era o meu pequeno Misha, uma prenda que minha avó me tinha dado quando era mais puto para pôr num fio ao pescoço. Era religiosamente colocado do lado esquerdo da minha camisa de Modernas, na ponta, preso por um pequeno alfinete de dama. Apesar de eu ser um autêntico torpedo humano, Misha fazia com que os danos colaterais fossem menores…e criou o mito de que eu até me ajeitava em Modernas com os famosíssimos 4 – QUATRO – quartos lugares em finais de Modernas (três deles consecutivos). Infelizmente para mim, Misha desapareceu...mas a lenda continuou e não mais consegui finais consecutivas ou quartos lugares fosse em Modernas ou Latinas...e deu origem á piada:“Com tanto Quarto [lugar] tens um casarão que é obra!”