quinta-feira, 22 de março de 2007

...e agora para algo completamente diferente...

Pelo que li na FOCUS nº 387 (14 a 20/3/07) há como que um ressuscitar de um homem que isolou um país do mundo durante décadas e manteve na ignorância milhões de portugueses.”A bem da Nação” dizia ele, fazia tudo isso. A malta fala, fala…mas no fundo ninguém conhece quem foi Oliveira Salazar. Eu, como comunista assumido que sou, afirmo que foi vilão. Como pessoa, como ser humano que sou, esquecendo os ideais que defendo e olhando a História com olhos imparciais (ou pelo menos tentando) vejo um homem que tentou fazer o melhor por Portugal (ditadura é ditadura e nunca são boas por melhores que sejam as reais intenções dos seus lideres) mas defendo que estaria rodeado pela pior corja existente, uma tradição que a nossa politica (e não só) teimam em manter, afastando o que é bom e mantendo o que não presta perto de si. Teria Salazar real conhecimento das acções da sua policia secreta? Seria realmente Salazar quem mandava na PIDE/DGS? Seriam dele mesmo as ordens que transformaram Portugal num “feudo privado” em pleno século XX? A geração que viveu debaixo da ditadura fala horrores, contudo alguns clamam por um regresso de Salazar da tumba! Não compreendo…se era assim tão mau porque raio o querem de volta?
Mas o que me faz falar aqui do “senhor das botas” é a similaridade de factos entre o anterior regime salazarista e o nosso regime, liderado por um homem que de filosofo apenas tem o sobrenome e que tem como “primeira dama” alguém com um programa sobre língua portuguesa á 6ª feira á noite… (mente doentia!).
Há discursos de Sócrates em que há claras alusões a ideais de Salazar a nível político. Por exemplo: quando o primeiro se refere a “sanear primeiro as Finanças e depois a Economia e o Social e só no fim o Politico”, é uma reprodução quase fiel dos ideais do ditador.
Uma outra similaridade se prende com as famosas “Conversas em Família” de Marcello Caetano, programa televisivo onde este explicava aos nossos pais e avós as suas politicas para que todos compreendessem. Actualmente temos no canal do Estado “As escolhas de Marcelo” e “Notas Soltas”, de duas figuras com algum peso político nos respectivos partidos que, curiosamente ou não, são os mais votados pelos portugueses, fazendo com que os outros três partidos com assento na Assembleia nem constem na tabela de programação a não ser em algum tempo de antena.
Mais uma parecença, querem? Então, cá vai! Os nossos pais e avós decerto lembram-se de, no tempo da ditadura, qualquer inauguração em que aparecesse o Presidente da República, aparecia também o reverendíssimo cardeal patriarca de Lisboa. E agora? Aquando dos 50 anos da RTP houve a inauguração das novas instalações, transmitidas em directo, e adivinhem quem era o piqueno vestido de vermelho ao lado do Cavaco?!

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