quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Nova Biblioteca Nacional da China

Não, a megalomania arquitectónica da China não arrefeceu depois dos Jogos Olímpicos. Foi inaugurada em Pequim a terceira maior biblioteca do mundo, com uma área de 80.000 metros quadrados, 2900 lugares sentados para leitura e 460 computadores com acesso a Internet e ainda oferece acesso a wireless. E, para não variar, o edificio promete ser um case study de arquitectura: O tecto - um longo rectângulo de 120 metros de comprimento em aço e vidro que permite o uso da luz natural em boa parte do tempo - é a marca do novo prédio da Biblioteca Nacional da China numa obra recebeu investimentos na ordem dos 200 milhões de dólares. A Biblioteca passou para o top3 (terceira maior do mundo) com a nova construção. O antigo prédio, que não pôde sofrer restauro aprofundado por ser património nacional, guarda os tesouros da instituição e só pode receber visitas de académicos e pesquisadores. Os usuários podem usar leitores de livros digitais em PDA's para aceder aos mais de 200.000 GB de arquivo digital da instituição. A base do prédio é em pedra - mas o revestimento interno da principal sala de leitura, de três andares, é de madeira, como nas antigas bibliotecas. O escritório de arquitectura alemão Engel e Zimmermann, que desenhou a obra após vencer um concurso internacional, projectou um prédio para 12 milhões de livros, ainda que a biblioteca tenha sido aberta com 600 mil. “A obra tem a capacidade para o crescimento da biblioteca nas próximas três décadas”, diz o bibliotecário-chefe, Zhan Furui. No último andar, que possui centenas de jornais e revistas para consulta, não há uma única publicação estrangeira. Também não há nenhum livro em inglês na nova biblioteca. Apesar da modernidade, a nova biblioteca mantém a política de controle de informação. A censura proíbe livros que falem sobre a repressão na Praça da Paz Celestial ou no Tibete, ou sobre a seita Falun Gong. Livros que tratem de sexo e erotismo são proibidos e chamados de “poluição espiritual”.

Como curiosidade: Devido á censura estima-se que 60% dos livros que circulam na China sejam piratas. Calcula-se que haja cerca de 4.000 editoras clandestinas.

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